21/08/2008

Parto

O meu pai levou-me ao hospital na manhã de 17-Julho às 08:30h para fazer o 2º ‘ctg’ e então a médica viu através de uma ecografia que a placenta estava já muito envelhecida e que tinha pouco liquido amniotico na bolsa do bebé, o que era muito perigoso pois a placenta podia simplesmente deixar de fornecer sangue ao bebé e decidiu induzir o parto! Telefonei ao Nuno para ir a casa buscar as malas (que não estavam prontas!) e vir ter comigo, ele mal acreditou no que estava para acontecer. Telefonei á minha mãe que ficou tão nervosa quanto eu (muito muito menos!)
Entrei para o quarto da sala de partos +/- às 10h e ás 11h já estava a levar soro e remédios para provocar o parto. Já não lembro a que horas as contrações começaram a doer, mas foi cedo. O útero não dilatava e já me doía bastante. Na primeira vez que a Dra. tentou alcançar a bolsa e não conseguiu, chorei e contorsi-me toda tal não era a dor. Na segunda vez foi pior porque rasgou a bolsa, o que fez com que o parto acelera-se. O Nuno só dizia que achava melhor ir para fora do quarto porque não agoentava ver-me sofrer daquela maneira sem poder fazer nada! Estava sempre a olhar para o relógio, mas quando as dores passaram a ser insuportáveis deixei de abrir os olhos, contorsia-me de todas as maneira, a enfermeira diz que me deu um remédio qualquer no soro para aliviar as dores!!! Que porcaria de remédio, não aliviou absolutamente nada! Implorei a toda a gente para levar a epidural, mas por causa da tatuagem talvez o médico não a desse, mas lá consegui levar. A introdução do cateter da epidural faz sentir um choque eléctrico e tive de ser picada 2 vezes porque a 1ª enrolou dentro do corpo! Outra bela porcaria porque não fez efeito quase nenhum, ainda senti o lado direito do corpo a ficar dormente (a perna ficou completamente) mas as dores continuavam. Tive tanta sede e não podia beber nada. Bem, comecei com vontade de fazer força (ou melhor, de cagar!) e lá foram apressar o quarto para me prepararem para a expulsão. Ai ai...Mantive os olhos quase sempre fechados, fiz tanta, tanta força que não sei como não expulsei as tripas também, chiça! O Nuno diz que viu a cabecinha de fora e não lhe fez impressão. Assim que o bebé saiu completamente senti um alivio enorme, como se não tivesse passado por nada daquilo. Senti deitarem o bebé na minha barriga e depois puseram-no no meu peito para eu o ver, lá consegui abrir os olhos e vi uma coisinha linda toda ‘suja’ com a cabecinha em bico e apaguei novamente, parecia que não era comigo.
Ás vezes vejo na televisão um parto e fico tão emocionada quando a mãe vê o seu filho pela 1ª vez, mas eu não tive essa reacção, estava tão arrasada que nem liguei ao bebé!!! Agora fico triste por não ter tido a reacção que queria!!! O Nuno viu a saída da placenta e de todo aquele sangue e não caíu para o lado, tenho impressão que se fartou de rir com as enfermeiras (e eu ali a sofrer!). Coseram-me, senti as picadinhas todas, caramba. Depois de limpa, levaram-me para a sala de recobro, onde comi e descansei. Mas aí só queria ver o meu bebé e lá o trouxeram para perto de mim. Tive de dar logo mama, foi dificil porque não tinha os mamilos feitos e ele não pegava bem.
Finalmente levaram-me para o quarto onde fiquei o resto dos dias e no caminho para o bloco de ginecologia estavam os meus pais, irmão e o Nuno (que tanto pediram á enfermeira para me verem), conseguiram ficar uns minutinhos no quarto para verem o Mário.
 

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